Décadas De Som

Décadas De Som é um blogue que visa recordar as grandes bandas do passado que não tiveram
o espaço que mereciam na mídia, ou que já o perderam, e falar das novas que são competentes
para serem grandes, mas que por alguma razão ainda não o são.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Cabine C



"Patrocinado pela banda de maior sucesso no país, o LP da Cabine C inaugura o selo em que a banda RPM vai investir os trunfos de seu prestígio, um dos grupos prediletos dos porões paulistanos parte para enfrentar o grande público

'Fósforos De Oxford', título do primeiro LP da Cabine C, talvez os tire da obscuridade. Depois de passar dois anos navegando pelas tortuosas agitas do underground paulistano, o grupo aportou no recém-inaugurado selo RPM e agora parte não se sabe para onde. 'Vamos ser jogados aos leões. Não sabemos se vamos domá-­los ou ser comidos', diz Ciro Pessoa, vocal e guitarrista da banda.

A dúvida é plausível. Afinal algum ouvido menos educado poderia, de cara, tachá-los com aquela palavrinha que tanto tem incomodado os que têm um mínimo de informação: dark. A bem da verdade, o som da Cabine C pode parecer sombrio, o que é determinado, principalmente pelos arranjos, letras e voz de Ciro Pessoa. Ele olha sóbrio para a questão e responde: 'Faz parte da natureza da minha arte. Sempre foi desse jeito'.

A Cabine C define assim sua estética musical: 'A gente obedece a um certo clima que cada instrumento evoca, uma escala das cores' diz Marinella 7. 'Cada música tem um momento redondo: o nascer e o anoitecer do dia. Branco, amarelo, lilás, azul.' completa Wania Forghieri, 'Gosto do nome, Fósforos de Oxford, que dá uma luminosidade às ideias: à luz de fósforos', emenda Anna Ruth.

O nome do grupo remete à cabine 'C”'de um navio que parte. 'E percorre um roteiro. Passa pelo Oriente Médio na música que dá título ao LP; Buenos Aires no tango Lapso De Tempo; ou Japão através de Jardim das Gueixas' fala Ciro. Wania Forghieri brinca: 'A gente sempre leva a bússola para não se perder'. De outro lado, têm-se as referências literárias fortemente presentes neste repertório. Edgar Allan Poe inspirou versos e um conto seu deu título a uma música: 'A Queda Do Solar De Usher'. Do Oriente, Nagarjuna, autor anterior a Buda, deu a tonalidade em 'Neste Deserto'. Fora esses imortais, aparecem, vivinhos da silva: Akira S, criando um timbre todo especial com seu stick em 'Jardim Das Gueixas', e Fernando DeIuqui, contribuindo com uma guitarra rascante em 'Tão Perto'. Luís Schiavon mostrou ser um bom produtor, não interferindo na sonoridade original do grupo.

Dos tripulantes desse navio, talvez o mais conhecido seja Ciro Pessoa. Isso porque, sem dó, ele foi instituído ídolo dark local pelo caderno cultural de um diário paulista no que saiu à caça de, 'figurinhas' para suas matérias de primeira página. Quem viu e sabe do assunto se assustou ao ver a cura de Ciro tomando quase que a página toda, e o letreiro enorme: DARK. Melhor nem lembrar este tipo de incidente, para não despertar os falsos vampiros. Anna Ruth parecia mostrar alhos e crucifixos quando, ao ouvirmos todos juntos a fita deste LP, envergava o corpo numa coreografia sensual. 'Ela é nossa professora de dança', sorri Ciro. Quem segura as baquetas é Marinella 7, de formação erudita, bem aparente no som da Cabine C. Vânia Wania Forghieri fica com os teclados, criando climas bem peculiares e de rara competência. Ao contrário dos atuais tecladistas, que impõe timbres grandiloquentes, Wania Forghieri se apropria dos espaços, de forma sutil e econômica.

Além deste LP e a intenção de cair na estrada com um show bem produzido necessário para que os climas 'redondos” fiquem bem visíveis, a Cabine C já está testando outras sonoridades. 'O som está mudando. Não sabemos ainda para onde vamos, mas é uma coisa natural mudar, se aprimorar. E isso está acontecendo com cada um de nós. Daqui a pouco vamos saber o que é' explica Wania Forghieri. Enfim, tudo está ainda meio nebuloso. Mas logo as nuvens se dissiparão, mostrando o próximo porto, uma inspiração a mais. Já em terra firme, a conclusão poderia ser: 'Os tigres que já enfrentei agora cuidam de mim', como diz Ciro em 'Jardim Das Gueixas'."

Publicação baseada em um texto de Sonia Maria, publicado originalmente na Revista BIZZ em 1983.

Fósforos De Oxford:



01 Pânico E Solidão
02 Lapso De Tempo
03 Anos
04 Jardim Das Gueixas
05 A Queda Do Solar De Usher
06 Lágrimas
07 Opus2
08 Tão Perto
09 Soldadas
10 Neste Deserto
11 Fósforos De Oxford
Image and video hosting by TinyPic

Tripulantes da Cabine C:

Anna Ruth - contrabaixo;
Ciro Pessoa - guitarra, violão de 12 cordas, vocal (membro também dos Titãs);
Marinella 7 - bateria (membro também de Akira S & As Garotas Que Erraram);
Wania Forghieri - teclado.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Siete Armas



Com ex-integrantes de bandas punks como Anti-Corpos, Cínica e Miss Junkie, foi formada em novembro de 2006 a Siete Armas. O primeiro encontro da banda aconteceu na casa de Helena Krausz, numa brincadeira acústica cheia de improvisos.

Diferente de suas antecessoras, a Siete Armas toca blues e rock n' roll, tratando em suas letras temas como política, dinheiro, status quo e comportamento. Suas canções nos remetem ao velho espírito de paz e amor da década de 60, tendo a banda sido influenciada por Bob Dylan, The Beatles, Led Zepellin, The Rolling Stones, The Doors e outras.

Em 2007 gravaram uma demo, e começaram a se apresentar em vários lugares: São Paulo, Santos, Bragança Paulista e em Londrina, no Paraná.

Em 2010, exatamente em Oito de Março, o Dia Internacional das Mulheres, a Siete Armas lançou seu primeiro disco. Um EP homônimo, com cinco faixas, gravado por Fernando Sanchez, e mixado e remasterizado por Arthur Joly e Lu Carvalho. Um marco para a nova geração do rock feminino:



01 A Dreamer's Photographic Mind
02 So Blues
03 All My Sisters
04 Purple
05 Those Flowers
Image and video hosting by TinyPic

Integrantes:

Débora Lopes - vocal;
Helena Krausz - bateria;
Lu Carvalho - guitarra;
Nessa Salvado - guitarra;
Sarah C. Si. - baixo.

Publicação baseada em um texto de Rafael Gregorio.

domingo, 29 de agosto de 2010

Última Dança



Com influência de música gótica e de darkwave, a Última Dança faz parte do novo cenário dark do Brasil ao lado de bandas como Plastique Noir, DEAD POP e Jardim do Silêncio, sempre valorizando seu idioma natal.

Eis uma prévia de seu disco "A Dança do Tempo":



01 Epitáfio
02 A Dança do Tempo
03 O Fim
04 11 de Junho
05 Solidão
Image and video hosting by TinyPic

Formação:

Adriano Cavalcante - guitarra;
Fabiano Souza - programação eletrônica, vocal;
Marcelo Oliveira - baixo;
Marcos Guedes - teclado.

sábado, 28 de agosto de 2010

365



Original de São Paulo, a banda 365 tornou-se relevante em 1986 com a gravação das músicas "Canção Para Marchar" e "São Paulo", considerada esta o clássico do grupo.
Elogiados pela mídia e pelo público, gravaram em 1987 o disco "365", contendo oito faixas:



01 Way Of Life
02 Nunca Mais Seremos Os Mesmos
03 Futuro
04 São Paulo
05 África
06 Fúria
07 Grandola Vila Morena
08 Canção Para Marchar
Image and video hosting by TinyPic

Muitos elogios foram dados à banda com esse disco, e a mídia definiu o estilo da banda como "rock de combate". O sucesso de "São Paulo" e "Canção Para Marchar" foi repetido, e "Nunca Mais Seremos Os Mesmos" e "Grandola Vila Morena" alcançaram o status de hit também.

Passados dois anos, Mingau sai da banda, e em seu lugar entra Callegari. Neste mesmo ano o segundo disco da banda é gravado, "Cenas De Um Novo País", que teve repercussão graças as músicas "Cegos Movimentos" e "Anos 70".

Aém de inúmeros shows por toda a cidade e pelo estado de São Paulo, 365 apresentou-se também em vários programas de TV, dentre eles Turma da Cultura, Metrópoles, Vitrine, Raul Gil, Chacrinha e Perdidos Na Noite.

Formação:

Ari Baltazar - guitarra (membro também do M.M.D.C.);
Finho - vocal (membro também do M.M.D.C.);
Mingau - baixo (substituido posteriormente por Callegari) ;
Miro de Melo - bateria (membro também do Fogo Cruzado).

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Coletânea: Não São Paulo



Baseado no disco "No New York" de 1978, cujo produtor é Brian Eno, que contou com as bandas D.N.A. (primeira banda de Arto Lindsay), James Chance and the Contortions, Mars e Teenage Jesus and the Jerks (primeira banda de Lydia Lunch), lançaram no Brasil, em 1986, uma resposta ao LP estadunidense as bandas Akira S & As Garotas Que Erraram, Chance, Muzak e Ness a coletânea "Não São Paulo". Nela doze músicas foram gravadas, sendo três de cada uma das quatro bandas participantes:

01 Akira S & As Garotas Que Erraram - Sobre as Pernas
02 Muzak - Jovens Ateus
03 Chance - Samba do Morro
04 Ness - Adeus Buck Rogers
05 Muzak - Ilha Urbana
06 Ness - M.R.O.
07 Akira S & As Garotas Que Erraram - Swing Basses Series I (Eu Dirijo O Carro Bomba)
08 Chance - O Striptease de Madame X
09 Chance - Beaultiful But True
10 Ness - Vie Moderne (Vida Moderna)
11 Muzak - TV Morte
12 Akira S & As Garotas Que Erraram - Kkbalah
Image and video hosting by TinyPic

Publicação baseada na de Neri da Rosa, responsável pelo blogue Mofo Novo.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Pompas Fúnebres



Formada no final dos anos 80, as Pompas Fúnebres não receberam o rótulo de banda "dark" logo no início, foram necessários alguns anos para que sua sonoridade fosse associada à música gótica.

Apresentaram-se pela primeira vez numa boate gay de Gama, Brasília. Na época esse tipo de nightclub não era chamado de alternativo ou de boate GLBT's, o preconceito contra o público frequentador era ainda muito intenso.

Em 1990 gravaram, em cerca de três horas no estúdio Artmanha, sua única demo, que nunca foi lançada, apenas distribuídas para amigos e pessoas próximas aos integrantes. Entitulada como "Rarites", ela contém doze faixas:

01 Entrada
02 Lírios d'Alma
03 Nay
04 Ulalume
05 Poema de Fernando Freire
06 Filha
07 Nevando nas Castelas
08 Ave Maria
09 Olho
10 Espíritos dos Mortos
11 Terra e Fogo
12 Instrumental
Image and video hosting by TinyPic

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Uns e Outros



Formada em 1983, a banda Uns e Outros teve em sua primeira formação:

Marcelo Hayena - vocal;
N. Nunes - guitarra;
Cal - contrabaixo;
J. Nunes - bateria.

Anos compondo e ensaiando valeram a pena quando, em 1986, a banda inscreve a canção "Dois Gumes" no Festival Banda Contrabanda, conquistando o segundo lugar. Tal posição lhe rendeu o direito de participar da coletânea com as 12 melhores canções do concurso.

As rádios começaram a tocar essa música, mostrando quem eram Uns e Outros para o público, que recebeu muito bem o som da banda.

Tal publicidade rendeu à banda o convite da Polygram para gravarem seu primeiro disco. Entitulado "Nós Normais", foi lançado em 1987, tendo conseguido que "Dois Gumes" tocasse novamente nas rádios. Apenas um ano depois, o contrato da banda com a gravadora foi rescindido.

Nesse mesmo ano assinaram contrato com a Sony. A formação que gravou o segundo disco, entre outubro e novembro, foi outra:

Marcelo Hayena - vocal;
N. Nunes - guitarra;
Cal - contrabaixo;
Ronaldo Pereira - bateria.

Lançado apenas em maio de 1989, o disco "Uns & Outros" repetiu o sucesso do primeiro, e provou que Uns e Outros não era uma "banda de um hit só", pois colocou com êxito nas rádios as canções "Dias Vermelhos", "Máquina Mortífera", "Lágrimas Entre Máscaras" e "Carta Aos Missionários", que conquistou e manteve-se em primeiro lugar nas paradas de sucesso, sendo considerada a melhor canção do grupo.

Com cerca de 120 shows no ano de 1990, Uns e Outros foram eleitos, pela Rvista Bizz, como a banda revelação do ano.

"A Terceira Onda", terceiro disco da banda, lançado neste mesmo ano, não repetiu o sucesso de seus predecessores, porém consegui colocar várias músicas nas paradas, dentre elas "Canção Em Volta do Fogo", "Anjo Negro", "Notícias do Leste" e "A Pena Implacável".

Estava no planejamento da banda e da gravadora realizar, em 1992, a gravação do quarto disco em Los Angeles, nos EUA, porém mudanças na diretoria da Sony abortaram essa ideia, levando a banda a rescindir contrato.

Gravaram então o disco como banda independente, mas nunca o lançaram. Com a finalização do disco, anunciou em 1993 sua saída da banda o baterista Ronaldo Pereira. Três anos depois, o baixista Cal informa que está fora da banda. Marcelo Hayena e N. Nunes começaram a compor novas músicas nesse período, com o propósito de reestruturarem a banda e conseguirem um novo contrato. No final deste ano, a formação era:

Marcelo Hayena - vocal;
N. Nunes - guitarra;
André Mainieri - guitarra;
China - contrabaixo;
Zarmo -bateria.

Tendo sido influenciados pelo punk rock, pós-punk e new wave, gravaram em 1998 "Pra Nunca Mais Partir", uma versão em português de "Love Vigilants" da New Order.

Apadrinhados pelo Biquini Cavadão, esta música foi levada à rádio 98 FM de Belo Horizonte, atingindo em apenas quatro dias o primeiro lugar das faixas mais executadas.

Junto de seus padrinhos, Marcelo Hayena cantou para cerca de 80.000 pessoas, e para surpresa sua e de todos os envolvidos coma banda, praticamente todas as pessoas cantaram junto.

Em 2002 o disco "Tão Longe do Fim" é lançado. Tem ao todo treze faixas, sendo que quatro são versões acústicas para sucessos eleitos pelos fãs no site da banda.

Em 2006 lançaram o CD “Canções de Amor e Morte”, com doze músicas:



01 Um Dia da Cada Vez
02 Eu Matei o Amor
03 Depois do Temporal
04 Por Um Fio
05 Dia Brando
06 No Seu Lugar
07 Tão Longe do Fim
08 O Céu e O Inferno
09 O Que Me Faz Mal
10 Você Pode Ser Feliz
11 O Homem Invisível
12 Pra Cada Amor Um Adeus
Image and video hosting by TinyPic

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Lançamento de Disco: Volte Sempre



Lançado em julho na forma física o disco Volte Sempre, da Parachamas, está disponível para download à partir de hoje. Segundo disco da banda, completa o ciclo iniciado em 2008 com o disco Bem Vindo, e mesmo tendo dois anos de diferença entre eles, a excelência e a qualidade no trabalho foram mantidas.

Contém seis faixas mais o single "Mesmo Que Ele Não Mereça", lançado há um ano, utilizado como a faixa bônus:

01 O Blues de...
02 Coquetel Blues
03 Volte Sempre
04 A Beleza Que Interessa
05 49 Minutos
06 Sódio Surf
07 Mesmo Que Ele Não Mereça (Bônus)
Image and video hosting by TinyPic

Links alternativos dos dois discos:

Bem Vindo [EP]:
http://www.4shared.com/file/2zcNkMuD/Parachamas_-__2008__Bem_Vindo_.htm

Volte Sempre [EP]:
http://www.4shared.com/file/k_OuvogG/Parachamas_-__2010__Volte_Semp.htm

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Luiza Fria



Extinta banda brasiliense com influência de deathrock e pós-punk. Assim como o Projeto Renfield, banda com a qual fizeram diversos shows em Brasília e em São Paulo, fazem parte da chamada arte marginal.

Kell Kill, vocalista da banda, já foi integrante, ao lado de Félix, da banda Morffina, em 2000. Apresentou-se ainda diversas vezes com os 5 Generais, sendo que seu guitarrista era o próprio Félix.

(De)composição da Luiza Fria:

Kell Kill - vocal;
Moiirah - baixo, guitarra;
Luc - baixo, guitarra;
Felipe Rodríguez - bateria.

Gravaram, em 2008, uma demo contendo cinco faixas mais uma extra, uma versão ao vivo da música "Turbantes":



01 Luiza
02 De Encontro com o Medo
03 Tela
04 Cinzeiro
05 Turbantes
06 Turbantes (Ao Vivo)
Image and video hosting by TinyPic

Quem é Luiza?

domingo, 22 de agosto de 2010

Muzak



Com influência de bandas como Killing Joke, Gang of Four e Echo & The Bunnymen, foi formada em São Paulo, em 1984, a banda Muzak. Inicialmente sua formação era:

Osmar - baixo, vocal;
Nivaldo - guitarra;
Victor - bateria (posteriormente substituído por Régis).

As letras de suas músicas falavam do caos urbano e de como era a vida na cidade de São Paulo.

Participaram em 1985 da coletânea Não São Paulo com duas canções: "Jovens Ateus" e "Ilha Urbana", considerada esta o clássico da banda.

No ano seguinte entraram em estúdio e gravaram um mini-LP homônimo, que contém seis faxias:



Lado A

01 Onde Estou
02 Pés No Vazio
03 Rosto Humano

Lado B

01 Longe Demais
02 Teu Coração
03 Céu Escuro
Image and video hosting by TinyPic

Participaram em 2005, junto de Akira S & As Garotas Que Erraram e da Patife Band, da coletânea inglesa "The Sexual Life of the Savages", e junto dos Agentss da coletânea alemã "Não Wave", ambas com a música "Ilha Urbana".

In memoriam Victor

sábado, 21 de agosto de 2010

Bell's Jett and The Blackheads



A história de Bell's Jett and The Blackheads começou devido a um show de talentos realizado por um colégio em São Paulo, em 2010. Todas as integrantes estudaram nesse colégio, sendo que algumas delas ainda estudam lá.

No início de 2009, na época em que as aulas voltaram, Camila disse que Isabelle estava se parecendo coma consagrada Joan Jett. Logo, pegou o apelido que ela adotou também como nome artístico: Bell's Jett.

Com o passar dos dias, Bell's Jett e Vitória resolveram montar uma banda. Eram respectivamente vocalista e baterista. Mas faltavam ainda guitarras, que foram assumidas por Leo Ramires, amigo delas, e por Thierry, irmão de Vitória. A banda ensaiou algumas vezes, e apresentaram-se uma única fez na festa de 15 anos de Camila, mas sem Leo Ramires, e com Vitória como baixista. Essa banda era chamada de Slippers Flying.

Após essa festa, a banda se desmanchou, e uma nova surgiu: Clogged Straws. Ainda em 2009, encerraram suas atividades. Nenhuma das bandas entrou em estúdio, mas algumas poucas canções foram gravadas em um computador, mas foram perdidas, sendo lembradas apenas na memória daqueles que as escutaram.

Em 2010, Bell's Jett mudou de escola. Mas a amizade entre elas continuou, e gerou uma banda. Camila demosntrou interesse em montar uma banda com Vitória, que imediatamente aceitou. Em seguida, convidaram Bell's Jett, Gabi e Isabela G. para participarem dessa banda.

Nessa época, um filme sobre a banda The Runaways estava sendo produzido, e inspirou as meninas a ensaiarem covers de The Runaways e de Joan Jet and the Blackhearts. Por isso o nome escolhido para a banda foi Bell's Jett and The Blackheads.

A princípio, a banda não tinha pretensão alguma, mas quando o colégio noticiou que realizaria shows em seu anfiteatro, inscreveram-se e começaram a ensaiar. Os ensaios eram realizados na casa de Vitória, que adotou o nome artístico de Vicki Black. Durante os ensaios, Renan M., irmão de Isabela G. e vocalista dos Gatherers Scream e dos Coletores De Grito, começou a fazer backing vocals. Nessa época a formação era:

Bell's Jett - vocal, guitarra;
Vicki Black - vocal, guitarra;
Isabela G. - bateria;
Renan M. - vocal;
Gabi - baixo;
Camila - guitarra.

Chegou o dia do show. Foi realizado a 29/06/2010, pouco depois das 14h. Camila não deu as caras, e o motivo de sua ausência foi uma inflamação na unha do pé. Para piorar, Isabela G. passou por um problema emocional.

Mesmo assim, subiram no palco. A apresentação começou bem, com as músicas "New Orleans" e "Cherry Bomb". O público se agitou, e as músicas foram apreciadas por todos os presentes. Em seguida, tentaram tocar "Rock And Roll All Nite", do KISS, mas Renan M. parou de cantar, Isabela G. não tocava a bateria com força, e Gabi estava tocando de maneira acelerada. Foi um fiasco, lamentavelmente. A música que tocaram a seguir tinha tudo para reanimar o público. Era "Vira-Vira", dos Mamonas Assassinas. Chamaram então o público para o placo, para dançassem o vira, mas um bate cabeça começou, e Rodrigo, DJ responsável pelo evento, gritou em seu microfone, interrompendo a banda, e expulsou a turma do bate cabeça do palco.

Tal ato prejudicou ainda mais o show, que foi encerrado com "Vira-Vira", dessa vez sem interrupções. Sairam do palco cabisbaixas, o público que no início estava eufórico, naquele momento estava em silêncio. Dias depois, formalizaram o fim de Bell's Jett and The Blackheads.

Entrevista: Bell's Jett and The Blackheads

As meninas de Bell's Jett and The Blackheads, banda formada e encerrada em 2010, aceitaram participar dessa entrevista para comentar como foi a curta tragetória do grupo e também para que houvesse um registro oficial de sua existência:


(Cartaz de divulgação do show no qual a banda fez sua única apresentação.)

Décadas De Som: Quem e em qual momento decidiu montar uma banda só com meninas e fazer cover de The Runaways e de Joan Jett and the Blackhearts?

Bell's Jett: Sempre olhavam para mim e falavam que eu era parecida com Joan Jett. Pintou um show de talentos, então Vicki Black decidiu montar uma banda momentânea com as amigas mais próximas e fazer um cover de The Runaways (a primeira banda de Joan Jett).

Vicki Black: Quem deu a primeira ideia de fazer uma banda feminina foi a Camila (ex-guitarrista) que contou para mim e para a Isabela G. (baterista) sua ideia, e eu sugeri que fizéssemos cover da banda Joan Jett and the Blackhearts e The Runaways. No início tudo não passava de uma brincadeira.

Isabela G.: A Vicki Black, eu acho.

Gabi: Vicki Black, eu acho, não sei o momento só sei que me chamou.

Décadas De Som: Antes de se apresentarem como Bell's Jett and The Blackheads vocês tiveram várias bandas. Quais lições vocês aprenderam com elas para que pudessem, com mais maturidade e qualidade, fazer os covers? E quais lições aprenderam com esta última para que as próximas sejam ainda mais produtivas e duradouras?

Bell's Jett: Na verdade as últimas bandas que eu tive com Vicki Black não acabaram totalmente, só motivaram mais a gente tentar por em prática uma banda como a última , tentamos covers porque é um meio mais fácil de atingir o público com músicas que eles já sabem e conhecem.

Vicki Black: Bell's Jett e eu tivemos bandas anteriormente, inclusive 2 bandas em comum: Slippers Flying e Clogged Straws, que acabaram depois de muitas mudanças, e depois voltamos com a Bell’s Jett and the Blackheads. Eu não tinha aprendido nenhuma grande lição com as bandas anteriores mas depois do desastre da primeira apresentação da nova banda eu aprendi que não se pode chamar um monte de gente que não sabe fazer nada e “brincar” de fazer rock, até porque se fosse tão fácil assim, não faria sentido alguém nascer com o talento.

Isabela G.: Aprendi que com vontade, você consegue fazer uma banda de verdade UHSAISAHUSAI Aprendi que preciso fazer aula e treinar mais antes de entrar em uma outra banda. Vida de integrante de banda é difícil.

Gabi: foi minha primeira participação em uma banda aprendi que respeito é tudo pra "trabalho em grupo".

Décadas De Som: Além de guitarrista, Vicki Black teve como responsabilidade ensinar as demais meninas a tocar seus respectivos instrumentos. Essa responsabilidade extra pesou ou não no resultado final, que foi a primeira e única apresentação da banda?

Bell's Jett: Sim , pesou um pouco no meu ponto de vista, ela ficou alterada e dessa vez não foi o uso de ervas medicinais e sim a responsabilidade de aprender e repassar as notas e acordes de todos os instrumentos em três semanas para todas as meninas!

Vicki Black: A primeira apresentação pesou muito em cima de mim, pois eu era a responsável por cada nota que a banda tocava. Eu não sei bem o que aconteceu com a baterista e com a baixista, quando subimos no palco elas começaram a se desesperar quando tocavam, e eu percebi que foi burrice deixar elas subirem ao palco e tentarem tocar com sua imaturidade musical, mas já era tarde, e a conseqüência disso foi o final, todos olhando para a nossa cara pensando se foi para ouvir aquilo que eles acordaram 11 horas da manhã no sábado. Tivemos sorte de não termos sido vaiadas, e depois que saímos do palco eu recebi varias ofensas do público, que só pesou em cima de mim.

Isabela G.: Valeu a pena, porque se não fosse por ela, nós não iamos conseguir tocar no dia do show.

Gabi: Pesou, mas Vicki Black assumiu a responsabilidade e sabia que podia não dar um resultado bom.

Décadas De Som: Mesmo tendo um final trágico, ainda há esperança de Bell's Jett and the Blackheads se juntar novamente?

Bell's Jett: Sim , quem sabe em uma outra vida!

Vicki Black: Não há a mínima esperança da banda voltar, a não ser que as meninas aprendam a tocar direito e num futuro próximo me chamem para tocar uma coisa de verdade. Porque não é só com muito esforço que conseguimos o rock, temos que nascer pra ele e viver ele desde sempre, não é uma coisa que se escolhe e decide fazer.

Isabela G.: Se todas fizerem aulas, aprenderam a tocar sem a ajuda da Vicki Black, acho que sim.

Gabi: Não sei o que as outras ex-integrantes acham sobre, mas minha participação na banda não acontecerá.

Décadas De Som: O que as integrantes estão fazendo no momento, e quais os projetos e sonhos futuros no cenário musical?

Bell's Jett: Em questão de música não estou fazendo nada! Nem na minha guitarra mexo mais, e também não pretendo montar uma banda nova , mas ainda sonho na possibilidade dos Slippers Flying voltar!

Vicki Black: Gabriela está fazendo aula de contrabaixo com um professor particular, eu estou no momento sem banda, mas recebi convites de uma parceria com uma dupla muito boa de músicos. Não tenho falado muito do assunto atualmente com Bell's Jett, mas ela sempre deixou claro que quer no futuro voltar com os Slippers Flying, e eu também tenho esse sonho. Uma coisa que me deixou um pouco decepcionada é que Isabela G. não continuou a tocar, agora ela não quer banda alguma, acho que aquilo para ela não passou de uma grande brincadeira.

Isabela G.: Gabi está fazendo aula de baixo, Camila e eu vamos começar a fazer aula de violão e guitarra, Bell's Jett está virando uma pessoa decente e indo a USP, e Vicki Black continua na vida corrida dela de aula de luta, inglês, guitarra e essas coisas, rs. Eu pretendo continuar no ramo da música, porque eu acho que não vou passar na faculdade (credo HSAUISAHUAI).

Gabi: Não sei as meninas, mas eu estou estudando baixo só por diversão e não penso em futuro musical além de diversão tocando.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Psykóze



Psykóze é uma banda punk, do início dos anos 80, formada em Perdizes, São Paulo. Seus integrantes e respectivas funções na banda eram:

Bitão - bateria;
Japão - baixo;
Morto - vocal;
Oklinhos - guitarra.

Sua primeira grande aparição para o público ocorreu em 1982, no festival punk "O Começo do Fim do Mundo", que foi gravado e transformado em um LP pela Punk Rock Records.

No mesmo ano foram convidados por Redson, guitarrista e vocalista da Cólera, para participarem da coletânea Sub, ao lado, naturalmente, da Cólera e também dos Ratos De Porão e do Fogo Cruzado. Lançado inicialmente como vinil pelo selo Vermelho, do próprio Redson, há alguns anos a Devil Records o relançou como CD.

Confira aqui a participação da Psykóze na coletânea Sub, com mais uma faixa cuja única informação que eu possuo é o título:

07 Terceira Guerra Mundial
08 Buracos Suburbanos
09 Fim do Mundo
19 Vítimas da Guerra
20 Alienação do Homem
21 Desilusão
Papo Furado
Image and video hosting by TinyPic

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Almas Mortas



Banda baiana com influência do pós-punk e da música gótica. Apreciadores de Joy Division, The Cure, Bauhaus, Cabine C, dentre outras. Devido suas influências, tratam em suas músicas sobre as dores da alma, sobre angústia, desespero, solidão e pessimismo.

Ainda sobre as influências da banda, "Sinfonia Para Um Morto", grava em 2007, é do repertório original do Black Future. Além disso, em inglês "almas mortas" são "dead souls", e "Dead Souls" é uma das mais famosas canções da Joy Division.

Formada em 2001, levou pouco tempo para ser respeitada dentro do circuito underground, e já é considerada uma das, senão a maior, banda pós-punk/gótica baiana. Com seu disco de estreia, que tem o título de "Canções de Ódio, Amor e Morte", tornaram-se um ponto de referência devido a qualidade do disco, das composições, das letras e do lirismo.

Formada por:

Alan Jonn - guitarra;
Bruno - baixo;
Eduardo "Shocker" - bateria;
Robson Santos - vocal;
Vagner Limma - vocal, guitarra.

Coletânea 2001-2008

01 Sob Pressão
02 Clemência
03 Redenção
04 Almas Mortas
05 Videira Da Morte
06 Amanhecer
07 Nômade
08 Sinfonia Para Um Morto
09 Videira Da Morte (Bônus)
Image and video hosting by TinyPic

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Mercenárias



Rosália Munhoz levou para Ana Machado uma letra de música em inglês, a letra de "Trashland". Conseguiram alguns instrumentos usados emprestados e um amplificador parcialmente comprometido, ultrapassado. A guitarra de Ana Machado não estava boa também, desafinava constantemente. Mesmo assim estavam decididas a montar uma banda, e o fizeram. Essa banda ganhou o nome de Mercenárias.

Edgard Scandurra, que posteriormente ficou famoso com a banda Ira!, gostou do som das Mercenárias e assumiu, provisoriamente, o cargo de baterista da banda. A bateria foi montada com muitos improvisos, com peças "alternativas": um pandeiro anexado a um banco, cuja função era ser a caixa; qualquer obejto ao alcance dos pés de Edgard Scandurra era seu bumbo; e um corrimão de escada substituiu os pratos. Algum tempo depois, Lou, fã número um das Mercenárias, comprou uma bateria e substituiu em definitivo Edgard Scandurra, que por sua vez passou a se dedicar exclusivamente como guitarrista da Ira!.

A baixista convidada foi Sandra Dee, que já tinha um pouco de experiência musical por ter sido integrante, mesmo que por pouco tempo, dos Voluntários da Pátria e do Smack, na qual teve a companhia de Edgard Scandurra.

Muito do que foi produzido nos anos 80, convencionalmente foi chamado de pós-punk. E o som das Mercenárias flerta com ele, e também com punk, e com minimalismo. E nesses ritmos gravaram, em 1986, o disco "Cadê As Armas?", que possui 10 faixas:



01 Amor Inimigo
02 Loucos Sentimentos
03 Labirintos
04 Além Acima
05 Santa Igreja
06 Me Perco
07 Polícia
08 Imagem
09 Inimigo
10 Pânico
Image and video hosting by TinyPic

Mercenárias:

Rosália Munhoz - vocal;
Ana Machado - guitarra;
Sandra Dee - baixo;
Lou - bateria.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Cínica



Quarteto feminino, apreciado pelo público punk e pelas RIOT GRRRL's, feministas em sua essência.

Cínica:

Marcita - vocal;
Deh - baixo, vocal;
Alice - guitarra;
Lulu - guitarra;
Nessa - bateria.

Gravaram um álbum em 2005, entitulado "Devora-me ou Te Decifro", contendo 10 faixas:

01 Apolo Revisado
02 Je t'aime a Pot
03 Menina Randômica
04 Esquizo
05 Mausoléu
06 De Borracha
07 Newton Para Macacos
08 Alice
09 Dreams Don't Come True
10 Liquefeito
Image and video hosting by TinyPic

In memoriam Alice

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Varsóvia



Varsóvia é uma banda pós-punk andreense da década de oitenta. A ideia de montar uma banda surgiu quando Fábio presenciou uma conversa sobre música do Ivan com um outro rapaz. Fábio se mostrou interessado em montar uma banda, e disse que tinha vontade de ser o vocalista. A reação de Ivan foi a melhor possível, apresentando-lhe Hamilton, que tocava guitarra, que em seguida aprresentou Betão, baterista do Ulster, e Nelson, que era baixista. Posteriormente, apareceram Célio, também guitarrista, e Roberto Carlos, tecladista. Juntos começaram a tocar algumas músicas, só para se conhecerem melhor e ver qual poderia ser o resultado de uma possível oficialização da banda. Isso tudo aconteceu no ano de 1984.

No ano seguinte, tendo já produzido algumas músicas, resolveram gravá-las em um estúdio. Cinco canções foram gravadas, dentre elas "Ian", um dos hits da banda. Mesmo assim o resultado não foi o desejado, e depois de muito trabalho, composições e ensaios, retornaram ao estúdio, em outubro, onde gravaram a demo-tape com duas músicas principais: "Noites" e "No Front". A formação que gravou foi:

Fábio Gasparini - vocal;
Célio Yamamura - guitarra, teclado;
Betão - bateria;
Nelson - baixo.

O resultado da gravação da demo-tape foi satisfatória, tanto que a banda resolveu divulgá-lo. Em Santo André haviam duas rádios que trabalhavam também com demo-tapes: a 89 FM e a FM 97. Amabas as rádios aceitaram ouvir a fita, e no período probatório dela, que aconteceu no final de 1985 e início de 1986, os integrantes da Varsóvia estiveram de férias. Em fevereiro a canção "Noites" já estava sendo executada com boa frequência na 89 FM, mantendo-se por quase um ano no ar.

O que veio a seguir foi natural. A banda começou a fazer shows, tanto para mostar quem tocava "Noites" quanto para divulgar outras músicas e a si mesmo. Oficilamente o primeiro show da banda foi em 08 de dezembro de 1985, no Tênis Clube de Santo André, mas a alegria de se fazer o primeiro show não foi tão intensa quanto desejava a banda. Nelson, o baixista, saiu da banda. Sem poder perder o show, resolveram procurar um novo baixista, e encontraram: Luizão, guitarrista do Ulster, aceitou tocar baixo exclusivamente para esse show. Durante quase um mês ensaiaram, e quando o grande dia chegou, mesmo com o nervosismo natural de não ser conhecido e nunca antes terem estado em um palco, o show aconteceu de maneira satisfatória. Tempos depois retornam ao Tênis Clube para novos shows, e encontraram-no quase totalmente lotado, com cerca de 900 pessoas.

Com a saída de Luizão, quem assumiu o contrabaixo foi Hamilton. Em 1986 a Varsóvia se apresentou diversas vezes em diversos lugares, dentre eles Rose Bom-Bom, Madame Satã, SESC Pompeia, Centro Cultural de São Paulo, Tênis Clube de Santo André, Ácido Plástico e algumas outras.

Próximo de ou em abril, Betão foi contatado pela equipe do Ataque Frontal, uma gravadora independente de São Paulo. Acertaram então a gravação de um disco. Ao todo, 10 faixas foram gravadas, e um encarte com letras foi preparado. O responsável pela idealização do encarte foi João Batista, porém ocorreu uma crise no setor de papel, que atrasou em cerca de seis meses o lançamento do LP. Apena em 1987 ele chegou às mãos da gravadora. Para a alegria da banda e da gravadora, rapidamente as primeiras 1000 cópias foram vendidas, sendo que as lojas Bossa Nova e Wop Bop Discos, ambas do centro de São Paulo, venderam quase a metade dessa tiragem.

Pouco tempo depois, Hamilton anuncia seu desligamento da banda. Em seguida é a vez de Fábio sair, porém por apenas três meses não foi o vocalista da Varsóvia. Assim que retorna, Alexandre Tadini era oficialmente o novo baixista, sendo considerada essa a melhor formação:

Fábio Gasparini - vocal;
Célio Yamamura - guitarra, teclado;
Betão - bateria;
Alexandre Tadini - baixo.

Conseguiram se apresentar, ainda em 1987, em alguns programas de televisão. Apareceram na TV Gazeta; no programa "Realce", do "Capivara" e na "Boca Livre", da TV Cultura, em todos com Alexandre Tadini como baixista. Apresentaram na "Boca Livre" uma música nova: "Sonho". No final desse mesmo ano rescindiram o contrato com a gravadora Ataque Frontal.

Nos dois anos seguintes, além de composições, esnaios e shows, a banda entrou em estúdio para a gravação das músicas "Sonho" e "Claridade e Luz". Outras três faixas foram aprontadas no estúdio: "A Onda", "Uma Nova Fase" e "Dias de Dúvida". O resultado agradou a banda, e outras quatro músicas forma produzidas, porém não finalizadas.

Publicação baseada em um texto de Fábio Gasparini.

12 canções da Varsóvia disponíveis para download:

Viagens
Claridade e Luz
Noites
Ian
Warsaw
Ian (Ao Vivo)
Sexto Andar 1
Sexto Andar 2
Topology of The World
Topology of The World Part 2
Noites
Iguais
Image and video hosting by TinyPic

domingo, 15 de agosto de 2010

Projeto Renfield



A sonoridade do Projeto Renfield é gótica. Ou próxima de gótica. Músicos da chamada arte marginal, transmitem em suas canções o romanstismo, o decadentismo e o humanismo, tudo de maneira intensa e obscura. Segundo os integrantes, devido a grande variedade de influências que cada um tem, é impossível definir a natureza de suas produções.

Almas para o Mestre

O nome da banda foi extraído do livro "Drácula", do irlandês Bram Stoker. Renfield tinha o hábito de comer insetos e pequenos animais, não por necessidade física, mas para que suas almas fossem coletadas e doadas para o Mestre. E é isso que o Projeto Renfield faz: absorve a arte e a poesia, a dor e o deleite, digerem-nos e os transformam em música.

A Dança das Bruxas



01 A Dança das Bruxas
02 Her Shadow
03 Mists
04 Night
05 Clamor
06 Vermächtnis Der Sonne
Image and video hosting by TinyPic

Depois de um período sem produzir, o Projeto Renfield retornou em 2007 com a gravação do disco acima e com nova formação:

Erik - teclado, vocal;
William - guitarra, vocal;
Bira - guitarra;
Lobo - contrabaixo;
Marcelo Baqueta - bateria.

sábado, 14 de agosto de 2010

Vzyadoq Moe



Vzyadoq Moe foi uma banda muito peculiar, a começar pelo seu nome que nada significa a não ser um sorteio de letras, seguindo a receita de Tristán Tzara para se fazer um poema dadaísta. Na realidade o sorteio de letras deu Vzyadoq Mof, devidamente corrigido pela banda. O significado era: ‘O primitivismo, o começar do zero, o novo em nossa arte’.

As influências iniciais, que moldaram a música do Vzyadoq Moe, vieram do cinema expressionista alemão, da poesia de Augusto dos Anjos e dos livros de Clarisse Lispector, que definem toda a teatralidade do som e das apresentações da banda. Havia também o Heavy Metal, a poesia e o lirismo de Nelson do Cavaquinho, junto com o turbilhão musical dos anos 80 onde o rock domina a tecnologia e expande suas fronteiras através de fusões com a música africana, jamaicana, indiana, entre outras. O punk atinge o mainstream musical e a banda leva ao termo o lema do movimento “Faça você mesmo”. A música na época é item secundário na equação do Vzyadoq Moe, pois a proposta inicial da banda é a de romper os paradigmas do pop mundial arrebatando o cetro de Londres. Basta ver o depoimento de Fausto Marthe em entrevista para Sônia Maia na Revista Bizz em 1988.

Iniciam os ensaios na garagem do baterista Peroba. A falta de dinheiro proporcionou o inusitado set de percussão onde latas de óleo, caixas de papelão de eletrodomésticos, chapas de zinco de ferro-velho formam uma sonoridade particular, muitas vezes confundida com a música industrial dos anos oitenta. A falta de prática instrumental foi substituída inicialmente por muita criatividade em abordagens não tradicionais da famosa tríade do rock: baixo, guitarra e bateria.

Nesse momento, em 1987 o Vzyadoq Moe era formado por:

Fausto Marthe - vocal;
Marcelo Acabado - guitarra;
Jacksan - guitarra;
Edgard Degas - baixo;
Marcos Peroba - bateria.

Para compor, alguns métodos nada formais segundo palavras de seus músicos:

Degas: "Qualquer um dos instrumentos pode achar um fraseado, uma sonoridade interessante a partir do caos inicial. Daí, os outros seguem atrás daquela ideia, de improviso, e acabam acertando".

Marcelo: "Não existe lei. Às vezes o baixo faz a linha da guitarra, a guitarra marca o ritmo e a bateria define a melodia".

Fausto: "Faz-se a costura e a melodia aparece somente quando todos os instrumentos estão tocando".

Marcos: "Tem música em que o baixo é uma terceira guitarra".

Fausto: "Minhas letras não são escritas para serem letras. São poemas inspirados no expressionismo arcaico e em Clarice Lispector".

Marcelo: "Nossas guitarras são rigorosamente iguais. Não existe aquela história de base e solo. Elas se atropelam, se fundem e fazem o ambiente".

Marcos: "Se eu tivesse dinheiro para comprar um kit de bateria normal, eu não compraria. Procuraria investir em pedais e efeitos para completar minhas latas, em busca de melhores timbres"

Desde o inicio foram muitos shows em Sorocaba, São Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro, com a imprensa escrevendo incansavelmente sobre a banda, notadamente a Revista Bizz da Editora Abril. Mas de maneira geral os artigos não conseguiram qualificar de maneira adequada o som do grupo, na compreensão dos músicos da banda.

Em 1987 começam a gravar seu primeiro LP (sim na época o CD estava engatinhando) nos estúdios Eldorado no centro de São Paulo, pela Wop Bop Discos com a produção de José Augusto Lemos, o Scot. O resultado é o primeiro disco do Vzyadoq Moe chamado “O Ápice”, lançado em março de 1988.

O disco recebe destaque na imprensa saindo até em matéria na revista californiana Spin de junho de 1989, assinada pelo jornalista Biron Coley. Foi destaque também nos cadernos de cultura dos principais jornais e revistas do país. Vale ressaltar o artigo de Mário César de Carvalho na Folha de São Paulo, aquele que melhor soube expressar a proposta sonora da banda na mídia impressa.

O Ápice



01 Junto Ao Céu
02 O Último Desígnio
03 O Incerto
04 Desejo Em Chamas
05 Redenção
06 Não Há Morte
07 A Monomania
08 O Ápice
09 Guerra Das Sombras
10 Expansão
Image and video hosting by TinyPic

A série de shows se intensifica e o Vzyadoq Moe ocupa as maiores casas de show da época em São Paulo, onde a cena roqueira estava bastante ativa: Largo do São Francisco, Teatro Mambembe, Centro Cultural SP, Espaço Retrô, Dama Shock, Projeto SP, Aeroanta, Der Temple, The Clash, Sesc Pompeia, entre outros.
Apresentam-se também na televisão nos programas Fanzine e Metrópolis da TV Cultura São Paulo.

Em meados de 1989, devido a compromissos estudantis do guitarrista Jacksan que sai da banda, entra o Fernandão acrescentando a sua formação bastante ligada ao blues para a sonoridade do Vzyadoq Moe. Inicia-se uma nova fase com músicas que misturavam o samba, o rock e o próprio blues.

Neste ano gravam sua participação no disco tributo ao mutante Arnaldo Baptista, “Sanguinho Novo”, lançado pela Gravadora Eldorado com a produção de Carlos Eduardo Miranda e Alex Antunes. Gravado no mesmo estúdio Eldorado usado pela banda para registro de seu primeiro disco. A música gravada foi "Bomba H Sobre São Paulo".
Image and video hosting by TinyPic

Os shows se ampliam para o interior do estado e para outros estados. A atividade sonora da banda é intensa nos próximos dois anos entre composições, gravações e apresentações. Levam sua performance para Londrina, Curitiba, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Florianópolis, Presidente Prudente, Jaú, Sorocaba, além de muitos shows na capital de São Paulo.

Em 1990, o Vzyadoq Moe participa de outra coletânea de bandas o “Enquanto Isso”, produzido por Alex Antunes e RH Jakckson e lançado pelo selo independente Manifesto em outubro desse ano. Gravado no SoftSynch, na Pompéia em São Paulo com produção de Akira S e da banda. Pela primeira e última vez o grupo se apresenta em inglês,
Alternam os ensaios entre Sorocaba e São Paulo em estúdios de amigos. Mas muitas vezes garagens, escolas fechadas em finais de semana, casas dos pais ainda não alugadas, entre outros espaços de oportunidade são os locais recorrentes das jams da banda. Sempre com a turma amiga acompanhando o barulho de perto.

Nesse mesmo ano o New Music Seminar de Nova Iorque, convida a banda para show no Cat Club em Manhattan. Por falta de dinheiro a banda foi abrigada a recusar o convite. Para compensar a frustração o Vzyadoq Moe volta para o estúdio SoftSynch e com produção própria e a engenharia de som de RH Jackson grava os seus cinco maiores hits dessa época.

Parando um ano para recompor as baterias em 1992. A banda volta em 1993 como um quarteto com Fausto, Acabado, Degas e Peroba e um som de muita força e energia, onde abandonam o samba agregando elementos de speedy metal a já característica sonoridade do grupo.

Mais maduros e melhores músicos, depois de anos de estrada, o Vzyadoq Moe grava com produção própria duas músicas no estúdio Big Bang no bairro de Pinheiros em São Paulo, capital.

No segundo semestre de 1993 realizam seu primeiro videoclipe “Rompantes de Fúria”, com produção da Digital Group e direção de Sérgio Martinelli e Gilberto Caserta, chegam assim a MTV.

Tocam a maior parte do tempo na capital São Paulo, onde a maioria da banda se mudou por motivos profissionais. A dissonância sai das músicas e atinge o grupo, que encerra suas atividades.

Em 1999, na ocasião do lançamento de uma rádio on-line, é lançado informalmente o CD “Hard Macumba”, com material gravado e ainda não publicado e mais algumas faixas do show realizado em 1991 no Aeroanta em São Paulo.



01 Matéria Viva
02 Sabedoria
03 Sonhos
04 Viva Iansã
05 Cabinet
06 Pelle (Ao Vivo)
07 Pocesso
08 Santa Brígida
09 Rompantes De Fúria
10 Via Plastez
11 Não Há Morte (Ao Vivo)
12 Maldade (Ao Vivo)
Image and video hosting by TinyPic

Em 2001, a Gorila Records relançou em CD “O Ápice”, em edição que se esgotou rapidamente.

Muitos hits se perderam no tempo por falta de registro: “Ele Está Só”; “O Duo E Seus Dons”; “Seu Puro Ouro, Vi”; entre tantos outros, que estão na memória daqueles que puderam ver e ouvir o som inovador e único da banda.
A busca pelo novo o Vzyadoq Moe perseguiu até o seu fim.

O Vzyadoq Moe pode ser encontrado na literatura nos seguintes livros:
“DIAS DE LUTA - O ROCK E O BRASIL DOS ANOS 80”
Autor: Ricardo Alexandre
Editora: DBA

“O ABZ DO ROCK BRASILEIRO”
Autor: Marcelo Dolabela
Editora: Estrela do Sul

Fonte:
Image and video hosting by TinyPic