Décadas De Som

Décadas De Som é um blogue que visa recordar as grandes bandas do passado que não tiveram
o espaço que mereciam na mídia, ou que já o perderam, e falar das novas que são competentes
para serem grandes, mas que por alguma razão ainda não o são.

sábado, 25 de setembro de 2010

Entrevista: Jardim do Silêncio

Acidental e felizmente conheci Ranniere quando buscava informações a cerca da coletânea "Under The Southern Sun". Para minha surpresa, além de responsável por este álbum virtual, ele é também integrante do Jardim do Silêncio. Mesmo sem muitas informações sobre o grupo, solicitei e me foi concedida esta maravilhosa entrevista:



Décadas De Som: As primeiras cópias de seu primeiro álbum foram rapidamente vendidas, vocês realizam shows incessantemente, e o novo álbum está sendo muito elogiado pelos fãs. Qual ou quais características fizeram com que o Jardim do Silêncio fosse tão bem recebido pelo público?

Jardim do Silêncio: Na verdade fizemos umas 30 cópias do CD-demo intitulado "Elegia Nas Sombras", com nossas primeiras gravações. Usamos umas 10 cópias pra divulgação e, para nossa surpresa, as outras 20 foram vendidas de uma vez só num show da banda aqui em Salvador. A gente ficou somente com uma cópia de recordação (risos). Algumas músicas desta demo estão incluídas no EP "Filetes" que lançamos em 2010 e que o pessoal pode baixar aqui no Décadas De Som. Quanto a shows, a gente toca de forma regular, mas creio que ainda é muito pouco, queríamos uma média de 8 a 10 apresentações ao ano, hoje a banda faz somente entre 3 e 6 apresentações, o que é pouco ao nosso ver. O primeiro disco obteve uma boa recepção, muita gente elogiou o trabalho da banda, o disco vendeu bem e nos deixou satisfeitos e orgulhosos, porém, com a consciência de que podemos fazer melhor. Acho que as pessoas se identificam com nosso som pelo fato de sermos apenas pessoas que fazem parte da cena e que resolveram fazer música, não nos colocamos como uma banda quem tem um público, mas sim como parte da coisa toda, contribuindo da maneira que podemos para a cena musical e artística na qual estamos inseridos, além disso, o fato de gostarem da banda é algo muito subjetivo, eu não saberia dizer exatamente porque fomos bem recebidos.

Décadas De Som:A utilização de programação eletrônica já é uma tendência na música. E vocês trabalham essa tendência com genialidade. Por que vocês optaram por utilizá-la?

Jardim do Silêncio: Obrigado pelo elogio. Decidimos usar programações de bateria e baixo e alguns synths, devido a vários motivos, tais como: estilo musical que adotamos e a simplicidade, já que com um número menor de integrantes a banda se torna um pouco mais viável. Como você sabe é comum que bandas voltadas ao rock gótico e darkwave utilizem baterias eletrônicas e sequenciadores, pois a bateria mais minimalista casa bem com este tipo de som. O som do Jardim do Silêncio não precisa de uma pegada e o groove de um baterista, já que o foco do som da banda está nos teclados e nas guitarras, embora no próximo trabalho teremos baixo mais elaborado e melódico, embora programado.

Décadas De Som: A banda DEAD POP, em sua entrevista, disse que o Jardim do Silêncio é uma de suas influências. Como é a relação influência-influenciado de vocês, que são relativamente novos, do mesmo Estado e que gravaram seus primeiros álbuns no mesmo ano? E por quem vocês foram influenciados?

Jardim do Silêncio: Lemos a entrevista e ficamos orgulhosos da citação, realmente é uma honra, saber que nosso som de certo modo está influenciando outras pessoas, ainda mais uma banda de qualidade feito a DEAD POP. Nossas influências musicais são basicamente Joy Division, The Cure, The Sisters of Mercy, Bauhaus, Duran Duran, Depeche Mode, Chants of Maledicta, Alphaville, Fozen Autumn e até Legião Urbana. Somos também muito influenciados por alguns elementos que rodeiam a cultura gótica como a literatura simbolista, quadros e filmes expressionistas e até mesmo os quadrinhos do Sandman (risos).

Décadas De Som: Vocês já conquistaram um público fiel no cenário dark brasieiro. Consolidaram-se como uma das principais bandas do gênero na atualidade. Baseado nas incertezas do futuro, quais são suas perspectivas?

Jardim do Silêncio: Ainda achamos que há muito a ser feito e vamos tentar a cada trabalho dar um passo a frente, temos muitos amigos, banda underground pra crescer precisa de amigos e fizemos muitos pelo Brasil afora. É uma felicidade saber que existem pessoas que respeitam e curtem nosso som, somos uma banda pequena e esse apoio da cena é um estímulo e tanto para enfrentarmos o futuro e suas dúvidas. Se bem que, o que vale pra banda é o agora, se durarmos 10 anos terá valido a pena, se durar até semana que vem também, pois a banda nada mais é que o reflexo de nosso prazer em fazer música e se divertir, jamais faríamos música por outros interesses, não ganhamos dinheiro com isso, pelo contrário, gastamos mais do que podemos pra manter nosso sonho vivo, desde equipamentos até a gravação e parte da produção do CD, veio tudo do nosso bolso.

Décadas De Som: Há algo que vocês queiram falar mas que não foi perguntado? Fiquem à vontade para acrescentar o que acharem necessário.

Jardim do Silêncio: Acho até que falei demais (risos). Somente tenho a agradecer ao Décadas De Som pela oportunidade, e falar ainda que já temos 10 músicas praticamente finalizadas e que estarão no disco novo ainda sem previsão de lançamento, músicas estas que tem nos deixado muito felizes e com a certeza que o segundo trabalho sairá melhor que o primeiro, vamos ver se o pessoal gosta desse material novo, o qual iremos mostrar em 09 de outubro no Darktronic Live, em Salvador, e em 24 de outubro no Via undeground, em são Paulo.

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